Horas antes de morrer aos 88 anos, nesta segunda-feira (21), o Papa Francisco participou da celebração de seu último domingo de Páscoa, com uma pregação que marcou seu papado pacifista e humanista, voltando a condenar as guerras, pedir liberdade a reféns e a presos políticos nos conflitos, e apelar para que governantes troquem as armas por uma atenção maior a quem tem fome. A mensagem papal Urbi et Orbi foi lida ontem pelo Monsenhor Diego Ravellina, na Páscoa do ano de Jubileu da Igreja Católica Apostólica Romana, diante de um Francisco debilitado por problemas pulmonares. O líder dos cristãos católicos ressaltou que “a Páscoa é festa da vida”, ao acenar a fiéis, do alto do balcão central da Basílica de São Pedro, exaltando o dia que celebra a ressurreição de Jesus Cristo, após sua crucificação pela salvação dos pecados da humanidade.
O argentino Jorge Mario Bergoglio, que pregou humildade ao chefiar o Estado do Vaticano, foi o primeiro sul-americano a se tornar Papa, em março de 2013. E encerrou sua jornada pacifista no ano jubilar da esperança, voltando as reflexões da Páscoa ao apelo para que a prática política belicista transcenda em mais esforços para ajudar necessitados, combater a fome e promover desenvolvimento. “Estas são as ‘armas’ da paz: aquelas que constroem o futuro, em vez de espalhar morte! Que o princípio da humanidade nunca deixe de ser o eixo do nosso agir cotidiano. Perante a crueldade dos conflitos que atingem civis indefesos, atacam escolas e hospitais e agentes humanitários, não podemos esquecer que não são atingidos alvos, mas pessoas com alma e dignidade”, disse a última mensagem do Papa Francisco.
Condenação ao armamento
O Papa que respondeu às necessidades de seu tempo com preocupações como a voltada aos riscos da inteligência artificial para a humanidade, marcou seu último sermão com a condenação das armas e das guerras, desejando paz para Gaza, Ucrânia e a todo o Oriente Médio, especialmente ao Líbano, à Síria e ao Iêmen; ao Sul do Cáucaso e aos povos africanos vítimas de violências, especialmente ao Congo, o Sudão, o Sudão do Sul, o Chifre da África e a Região dos Grandes Lagos. Além de orar por Mianmar, na Ásia, que além do conflito armado sofre com as consequências do terremoto.
“Não é possível haver paz sem um verdadeiro desarmamento! A necessidade que cada povo sente de garantir a sua própria defesa não pode transformar-se numa corrida generalizada ao armamento”, destacou Francisco.
O Papa ainda encerrou sua mensagem papal de destacando que na Páscoa do Senhor, a morte e a vida enfrentaram-se num admirável combate, mas agora o Senhor vive para sempre, em referência à ressurreição de Jesus Cristo. Seu protagonismo em defesa dos humanos mais frágeis, foi finalizada com a concessão da bênção apostólica e as últimas saudações os fiéis católicos, de dentro do papamóvel.
Drykarretada!