Você está sempre disponível. Aceita tarefas demais, mesmo quando está esgotado. Evita conflitos a qualquer custo. Nunca diz “não”, mesmo quando tudo dentro de você grita por limites. Se identificou? Esses podem ser sinais da chamada “síndrome do bonzinho”, um padrão comportamental mais comum do que se imagina — e muitas vezes invisível até para quem o vive.

O que é a síndrome do bonzinho?

A síndrome do bonzinho (ou da boazinha) descreve pessoas que sentem uma necessidade constante de agradar os outros, buscando aceitação, aprovação e evitando ao máximo desagradar ou contrariar. Embora pareça inofensiva à primeira vista, essa postura pode gerar sérios prejuízos emocionais, profissionais e até físicos com o tempo.

Por que isso acontece?

Criação e traumas do passado: Muitos “bonzinhos” cresceram em ambientes onde ser aceito significava agradar. Crianças que receberam amor apenas quando se comportavam bem ou que eram punidas por expressar emoções negativas tendem a desenvolver comportamentos de autoanulação na vida adulta.

Medo da rejeição: Dizer “não” é visto como um risco. E o medo de ser rejeitado, criticado ou abandonado faz com que o bonzinho prefira silenciar a própria vontade para manter a harmonia.

Busca por validação: A autoimagem dessas pessoas está muitas vezes atrelada ao que os outros pensam delas. Receber elogios ou ser considerado “gente boa” se torna uma necessidade emocional, quase viciante.

Evitação de conflitos: O bonzinho vê o conflito como uma ameaça, e não como uma oportunidade de crescimento. Por isso, se retrai, recua, cede — e se frustra.

As consequências de nunca se impor

Esgotamento mental e físico: Viver para os outros cobra um preço alto. O bonzinho vive exausto, mesmo quando sorri.

Relações desequilibradas: Quem não se impõe acaba atraindo pessoas que abusam dessa passividade, o que pode gerar relacionamentos tóxicos.

Raiva reprimida: Por mais que tente, ninguém consegue abafar suas vontades para sempre. Isso pode se manifestar em explosões inesperadas ou sintomas como ansiedade, insônia e somatizações.

Baixa autoestima: Sempre colocar os outros em primeiro lugar pode passar uma mensagem interna de que você não é importante o suficiente — o que mina sua autoconfiança aos poucos.

Como sair desse padrão?

Reconheça o problema: Admitir que você está se anulando é o primeiro passo. Sem isso, nada muda. Reaprenda a dizer “não”: Comece aos poucos. Você não precisa justificar tudo. Um simples “não posso” já basta. Acolha o desconforto: Se impor vai gerar incômodo — em você e nos outros. Mas isso faz parte do crescimento.

Busque terapia: Profissionais podem ajudar a identificar padrões enraizados e trabalhar sua autoestima e assertividade.

Pratique o amor-próprio: Ser gentil consigo mesmo é o caminho para ser verdadeiramente gentil com os outros — sem se sacrificar.

Ser bom não é se anular

A verdadeira bondade não exige que você se apague para que o outro brilhe. É possível ser gentil, empático e solidário com  gpgbh— sem deixar de ser firme, sem engolir sapos, sem permitir abusos. Impor limites não faz de você uma pessoa ruim. Faz de você uma pessoa saudável. E você, está pronto para deixar de ser bonzinho e começar a ser verdadeiro consigo mesmo?

Drykarretada!