A história recente da segurança pública no Distrito Federal é marcada por um capítulo de resistência e conquistas, que ficou conhecido como a Operação Tartaruga (Operação Legalidade) realizada em 2012. Este movimento, protagonizado por policiais e bombeiros militares, buscou a valorização e o reconhecimento do trabalho desses profissionais, que frequentemente eram vistos como “patinhos feios” entre os servidores do GDF (Governo do Distrito Federal). Através de lutas intensas nas ruas e assembleias, lideranças corajosas, como o Sargento Lusimar Arruda, conhecido como Jabá, Roosevelt Vilela hoje Deputado Distrital, Ricardo Pato, Sgt Sansão e  Tenente Poliglota se destacaram como pilares dessa batalha, transformando o cenário da segurança pública na capital do país. Participaram também do grupo citado os sargentos Rivailton e o Eliomar.

O início da Operação Tartaruga (Legalidade) se deu em meio a promessas de campanha não cumpridas pelo então Governador Agnelo Queiroz. Apesar das expectativas, o governo não entregou as 13 promessas feitas aos profissionais da segurança. No entanto, a insatisfação se transformou em ação coletiva, levando os policiais e bombeiros a se mobilizarem de forma organizada para reivindicar melhorias em suas condições de trabalho e remuneração. A Rede Democrática do Roner Gama, um dos blogues da época, era palco de uma revolução tecnológica e discussões acerca do momento vivido e, trouxe a expectativa que atingiu o êxito de mobilização das Categorias.

Entre as conquistas mais significativas desse movimento, destaca-se o aumento de 42% na etapa alimentação, que passou de R$ 650 para R$ 850. O auxílio moradia, que era irrisório com R$ 11 para um terceiro sargento, foi elevado para uma média de R$ 1.300, considerando dependentes. Também houve a valorização do serviço voluntário gratificado, que, após negociação, passou de R$ 150 para um valor que refletia de forma mais justa o trabalho realizado pelos militares. Para completar, um reajuste de 15,8% foi estabelecido e parcelado em três vezes, começando no governo Agnelo e finalizando no primeiro ano da gestão de Rollemberg. Entre os líderes dessa luta, Sargento Lusimar Arruda, o Jabá, que deu entrevistas ao vivo e emergiu como uma figura proeminente. Sua trajetória é repleta de desafios, marcada por perseguições e retaliações, mas também por uma determinação inabalável em buscar a valorização da classe. Após ser excluído de suas funções, Jabá conseguiu retornar às fileiras da Corporação, provando sua resiliência e disposição para trabalhar em prol de seus colegas. Sua habilidade de mobilização e sua voz ativa em prol dos direitos dos policiais e bombeiros militares consolidaram sua liderança entre os profissionais de segurança pública.

Em entrevista recente ao portal Metrópoles, o Governador Ibaneis Rocha afirmou ter promovido o maior reajuste salarial dos últimos 20 anos. No entanto, a verdadeira história da valorização dos profissionais de segurança no DF remonta às batalhas enfrentadas durante a Operação Legalidade. As conquistas obtidas não foram meramente resultado de promessas políticas, mas fruto de um trabalho árduo e de uma luta incessante que moldou a história da PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal) e do CBMDF (Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal). O legado da Operação Legalidade é uma indicação clara de que a luta pela valorização dos Policiais e Bombeiros militares deve continuar. Sargento Lusimar Arruda (Jabá) e seus colegas estabeleceram ao meu ver um novo padrão e um exemplo a ser seguido. A comunidade deseja que futuras administrações também se comprometam a proporcionar a dignidade e o reconhecimento que esses profissionais merecem. Não há mais espaço para tratamento diferenciado, uma vez que o Fundo Constitucional do DF é o provedor desses recursos, e todas as Forças de Segurança Pública exigem nível superior para adentrarem às Corporações.

Em um momento em que a segurança pública é tão fundamental para a sociedade, a equiparação dos salários e condições dos policiais e bombeiros militares com os da Polícia Federal torna-se um anseio legítimo e necessário. A luta continua, e cabe aos líderes como Jabá e seus pares manter acesa a chama da reivindicação e do respeito à profissão, transformando o Distrito Federal em um exemplo de valorização e reconhecimento dos seus serviços essenciais. A história dos Policiais e Bombeiros militares deve ser respeitada; o momento é essencial para que o Governador Ibaneis Rocha (futuro Senador da República) faça história mantendo suas promessas de campanha, valorizando essas categorias, dando um tratamento equilibrado às Forças de Segurança Pública do DF, pavimentando assim sua estrada rumo ao Senado Federal; agora é hora do Governador sair muito fortalecido e quem ganha com isso é a população do Distrito Federal. Por fim, cabe a todos (principalmente os novos policiais militares) entenderem que toda conquista na categoria PMDF/CBMDF nunca foi fácil. Os veteranos sabem disso. Hoje, não existe mais esta possibilidade de reivindicar como em 2012, pois os métodos são outros como reuniões, articulações com o governo e parlamentares além de não existirem mais "líderes" como os de 2012. Já são treze anos dessa histórica luta e o seu legado permanece vivo, norteando o valor de uma categoria forte.

Drykarretada!