A exigência de diploma de nível superior para ingresso nas forças policiais em todos os seus cargos já é uma realidade em praticamente quase todos os estados brasileiros, mas seus resultados práticos estão longe de serem específicos. Em vez de fortalecer a segurança pública, essa imposição tem barreiras criadas no recrutamento e afasta candidatos vocacionados, sem necessariamente elevar a qualidade do serviço prestado. A lógica por trás da exigência era nobre: formar agentes mais instruídos e com isso oxigenar as instituições melhorando sua capacidade de reação ao crime. No entanto, o que se observa na prática é um déficit crescente de policiais, especialmente em regiões onde a carreira já sofre com desvalorização salarial e condições precárias de trabalho. A exigência acadêmica não se traduziu em um policiamento mais eficiente, tampouco em melhores práticas operacionais, já que a qualidade do serviço policial depende muito mais de treinamento contínuo e estrutura do que de um bom diploma universitário.
Além disso, a formação superior ocorre muitas vezes e não tem relação direta com as necessidades do trabalho policial. Cursos de Letras, Administração ou qualquer outra graduação genérica não substituem uma instrução tática, psicológica e operacional bem estruturada. Em muitos casos, as obrigações do diploma apenas restringem o acesso à carreira sem agregar melhorias reais ao desempenho profissional. O foco deveria ser na valorização da profissão, no aprimoramento dos cursos de formação dentro das próprias corporações e em treinamentos específicos para a realidade do combate ao crime. Sem essas mudanças, a exigência de nível superior seguirá sendo uma medida burocrática e ineficaz, que afasta bons profissionais e não resolve os problemas de segurança pública.
Ponto de Vista: O ex-delegado César Wagner da Polícia Civil do Ceará, nutriu muito bem os detalhes que levaram e levam á perda de qualidade no combate ao crime por conta do diploma de nível superior em caráter geral, além das leis que não ajudam. Até pouco tempo, sabíamos que vários estados da federação ainda cobravam (ou cobram) o antigo segundo grau em seus concursos para as Forças de Seguranças. Talvez uma metodologia funcional, profissional e visionária, fizesse com que o candidato entrasse com o segundo grau para praças e saísse com o nível superior após o curso; porém não seria viável, pois requereria no mínimo um curso de polícia de 2,5 anos com formação superior em tecnologia.
Diante disso, a sociedade assim como o governo (de cada estado) não teria vantagens em aguardar tanto tempo; teria que ser uma coisa mais rápida. Outra coisa, se você for analisar o nível de insegurança nas cidades, esta tática de formação não funcionaria pois o povo quer é polícia nas ruas independente do policial ter o segundo grau ou o nível superior ou até mesmo a "quarta série forte" como em outrora KKKKK pois, o serviço de polícia (exceto os especializados/técnicos como delegados, peritos, negociadores, especialistas etc...) requer perante ao Estado e a Sociedade, a sua atividade fim. O fato de ter o nível superior deveria ser uma referência para a devida valorização das polícias, principalmente, as polícias militares (dentre essas, a do DF que está há décadas sem a devida valorização financeira ou seja, recomposição NÃO é aumento).
Por conseguinte, se o nível superior é exigido, a estrutura básica do sistema não acompanha ou seja, o cabra pode ter MESTRADO em qualquer coisa, mas, porém, todavia, contudo, entretanto e sobretudo, ele será PM; comandante de viatura, de policiamento, adjunto etc...Se quiser buscar uma valorização, terá que buscar referências em outras corporações e isso depende de política, de articulação, de jogo de interesses e por aí vai, fora em sua maioria, um plano de carreira que ás vezes vira utopia; sem falar em planos de saúde por aí que o sistema não funciona pois "colapsou" ou seja, é muita gente (ativos, veteranos e familiares) na mesma dependência e o Estado, não atende ou atende com deficiência.
Por fim, "a ponte" é usada por aqueles que têm o nível superior simplesmente para usarem a polícia (militar) como "trampolim" e saírem para outros órgãos ou seja, a intenção não era ser um policial militar e sim "ocupar o tempo". Tudo isso referido aos praças. Já os oficiais (outra estrutura), o cabra entrava (á época) com o segundo grau, e o curso de oficiais era reconhecido como curso superior; um atrativo a mais para o aluno que entrara no sistema de um jeito e saíra de outro ou seja, o aluno ao término de curso sairia com o nível superior, com um plano de carreira excelente e saberia que mais cedo ou mais tarde seria um comandante aliado aos cursos que faria. Se o sistema de formação funcionasse para Praças com o segundo grau e com a intenção de ser policial militar, as instituições hoje não teriam tanta defasagem de efetivos.
Entendo que o sistema de governo é difícil para as polícias principalmente as militares pois nem todo governo gosta da PM. Em Rondônia, o governador é um policial militar (oficial); não tenho informações técnicas de seu governo mas, se fosse ruim, não teria sido reeleito; quero acreditar que a sua tropa deva gostar de seu governo; Então...é isso; acredito que o governo deveria valorizar e muito a segurança pública, principalmente as polícias militares/CBM´s e os seus devidos níveis superiores para terem assim um militar bem capacitado e valorizado, oferecendo o seu melhor á sociedade. Reconheço que isso não é fácil; então, cobre do seu representante político ou retire-o de sua casa Legislativa ou Federal, pois todos sabemos que uma segurança pública de qualidade passa por políticas bem projetadas, gestão pública eficiente e transparente, além de investimentos em pessoal e infraestrutura.
Drykarretada!