O parlamentarismo foi o regime de governo na crise da renúncia de Jânio Quadros, em agosto de 1961. Durou apenas sete meses. O primeiro-ministro, Brochado da Rocha, era um político gaúcho corretíssimo e defendeu o plebiscito em prol do retorno do presidencialismo. Reputava que o parlamentarismo era legal, porém não necessariamente legítimo. Por não conseguir avançar na proposta para a realização de um plebiscito imediato, Brochado da Rocha renunciou ao cargo de primeiro-ministro. Foi substituído pelo então deputado Tancredo Neves, que ia bem, até que o presidente João Goulart conseguiu aprovar no Congresso o plebiscito, e o povo votou pela volta do Presidencialismo.
LEVAR VANTAGEM – Como se sabe, no Brasil nenhum regime prospera em benefício da nação. Os governantes querem se beneficiar e levar vantagem, principalmente os deputados, os senadores e os vereadores. A corrupção é o normal, como se viu na Lava Jato. Em 2022, se o golpe de estado dos bolsonaristas fosse adiante, o Congresso seria fechado e teríamos o repeteco do polarizado bipartidarismo. Mas a conspiração fracassou. Mesmo assim, a política continua desvirtuada e passamos por novo período autoritário, disfarçado de democracia. O regime que estamos experimentando é o semipresidencialismo, que pode ser chamado de parlamentarismo à brasileira, sem o equilíbrio requerido para o funcionamento harmônico dos três poderes.
SEM ANISTIA – Quem hoje passa pano para os golpistas de 2022, militares e civis, defendendo anistia ampla, geral e Irrestrita, com toda certeza está trabalhando contra a democracia. É preciso lembrar que o mais importante não é defender a direita ou a esquerda. O fundamental é preservar a democracia. Até porque só existem direita e esquerda em países democráticos. Nos regimes autoritários, o que existe é apenas a ditadura, não há direita ou esquerda, mas apenas o partido do governo, que funciona sem oposição ou com oposição consentida, somente para tentar manter as aparências.
Drykarretada!