Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmaram à coluna que existe um constrangimento na corte com o fato de Luiz Fux ser uma das bandeiras adotadas pelos bolsonaristas no ato pela anistia. Depois de ter votado para que a cabeleireira Débora Rodrigues, que pichou de batom a estátua em frente ao STF, recebesse a pena de apenas um ano e seis meses de prisão, já cumpridos, Fux passou a ser elogiado e parabenizado pelos organizadores do ato, como o pastor Silas Malafaia e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
CAUSA DESCONFORTO – Integrantes do STF afirmam, em reservado, que o fato de um ministro do tribunal ser um dos expoentes da caminhada pela anistia que, indiretamente, ataca as decisões e autonomia da corte, causa desconforto entre boa parte de seus colegas. Os magistrados relataram à coluna que ainda têm dúvidas sobre o que fez Fux rever sua posição em relação às penas para os condenados pelo 8 de janeiro, depois de concordar com o relator dos processos, Alexandre de Moraes, em cerca de 500 casos. Para evitar mal-estar, Fux chegou a procurar Moraes antes de proferir seu voto sobre a ação de Débora Rodrigues.
NESTA QUARTA-FEIRA – A manifestação convocada por Jair Bolsonaro para esta quarta-feira, dia 7, sairá da praça da torre da antena de TV, em Brasília, na região central da cidade. A ideia era que o protesto seguisse até o Congresso Nacional, para pressionar os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre. Uma reunião entre a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal e organizadores do ato, porém, acertou que a caminhada será encerrada antes de chegar à Praça dos Três Poderes, atrás do Congresso.
Ponto de Vista: A anistia perdeu força, mas não morreu. E o presidente Hugo Motta terá de incluir a proposta em pauta, é apenas uma questão de tempo. (C.N.)
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