Casos em RS e PE mostram cidadãos fazendo 'justiça' com as próprias mãos diante da indignação e falta de confiança no sistema.
Um homem de 61 anos morreu após ser agredido por moradores de Tramandaí (RS) na manhã desta quarta-feira (26), depois de ser detido sob suspeita de sequestrar e abusar de uma menina de 9 anos. A Brigada Militar foi acionada ainda de madrugada para investigar o desaparecimento da criança e, pela manhã conseguiu sua localização dentro de um estabelecimento comercial. A vítima foi encontrada trancada em um alçapão e relatou abusos sofridos. O suspeito foi preso no local, mas a população, revoltada, invadiu o espaço e iniciou as agressões, mesmo com uma tentativa da polícia de conter a situação. O homem não resistiu aos ferimentos e faleceu antes da chegada do Samu. Durante o tumulto, o estabelecimento foi depredado e um veículo estacionado em frente ao local foi danificado.
Ponto de Vista: Casos como o ocorrido em Tramandaí (RS) e o recente episódio em Pernambuco, onde uma população agrediu e matou um homem suspeito de um crime grave, refletem um sentimento crescente de desconfiança na justiça e nas instituições. O "justiçamento" popular muitas vezes surge da percepção de impunidade, da lentidão do sistema judicial e da indignação diante de crimes chocantes. Embora sejam considerados atos de revolta da população, tais podem resultar em consequências graves, como punições extralegais e a ausência de investigação adequada, além do risco de "condenações" equivocadas. O desafio para o Estado é restaurar a confiança no sistema punitivo e garantir que a justiça seja feita dentro dos limites legais. (CW)
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