Sonhar ainda não é proibido nem paga imposto. Justamente por isso, pode-se cultivar qualquer tipo de sonho, como se vê agora na euforia da família Bolsonaro com o péssimo desempenho do PT na eleição brasileira e com o passeio que Donald Trump deu na eleição americana. Os resultados das urnas na matriz USA e na filial Brazil, segundo as análises combinatórias que se procedem em toda a imprensa, incluindo também as redes sociais, têm dado margem às mais variadas especulações e alucinações políticas. Portanto, necessitam de tradução simultânea.
NADA DE NOVO – Fica parecendo que tudo mudou, já estaríamos em outra situação, mas na verdade não há nada de novo na frente ocidental que possa despertar tanto entusiasmo.
Vejamos a situação de Jair Bolsonaro, por exemplo. O mais importante para ele continua imutável – está inelegível até 2030 e isso só pode sofrer mudança quando o Supremo julgar seu recurso, cujo relator é Luiz Fux, um ministro que costuma votar contra a maioria silenciosa e submissa. Se o recurso ao STF for rejeitado, só restará a Bolsonaro a Lei da Anistia, que está tramitando para beneficiar os 1,2 mil pés de chinelo que invadiram a Praça dos Três Poderes e foram condenados como “terroristas”.
MUITAS CHANCES – O recurso ao Supremo tem pouca chance de prosperar, mas a nova Lei da Anistia tem caminho aberto para Bolsonaro, porque basta incluir um item, dizendo o seguinte:
“Estão incluídos na Anistia os crimes cometidos na divulgação de supostas fraudes no sistema eletrônico”.
Assim, Bolsonaro poderá concorrer em 2026, para a felicidade de Lula da Silva, que sabe não ter chances contra nenhum candidato que possa atrair votos do centro e da direita, tipo Tarcísio de Freitas, vamos deixar de hipocrisia. Para Lula, é enfrentar Bolsonaro ou aposentadoria aos 81 anos. Se dona Janja da Silva deixar, é claro.
Drykarretada!